É a expressão da verdade suprema da vida, a essência do Sutra do Lótus. Recitando-o com forte fé, a pessoa atinge sem falta o estado de Buda. Nitiren Daishonin revelou o Nam-myo-rengue-kyo pela primeira vez em 28 de abril de 1253 e apresentou o caminho direto para a iluminação de todas as futuras gerações.
Myo-rengue-kyo pe o título do Sutra de Lótus, o ensinamento do primeiro Buda registrado historicamente, Sakyamuni, que viveu na Índia há aproximadamente três mil anos. Muito tempo depois, no século 13, no Japão, Nitiren Daishonin, após ter estudado as principais doutrinas, concluiu que o Sutra de Lótus contém o ensinamento mais profundo de Sakyamuni e que o título Myoho-rengue-kyo é a sua essência. Ao antepor a palavra Nam, que deriva do sânscrito Namas e que significa "devotar a própria vida", aos cinco caracteres de Myoho-rengue-kyo, ele transformou o que seria um simples título num ato de devoção para atingir a suprema condição de vida do estado de Buda, ou seja a iluminação.
Na escritura "O Daimoku do Sutra de Lótus", Daishonin nos mostra quão extraordinário é conhecer e recitar o Nam-myoho-rengue-kyo por meio da seguinte passagem: "Suponha que alguém espetasse uma agulha em pé no topo do Monte Sumeru de um mundo e, posicionando-se no topo do Monte Sumeru de outro mundo, num dia de forte ventania, atirasse uma linha a fim de passá-la pelo buraco da agulha. Seria mais fácil a pessoa conseguir acertar o orifício da agulha com a linha do que encontrar o Daimoku deste Sutra, deve estar ciente de que sua alegria será maior que a da pessoa cega que começa a enxergar e ver os pais pela primeira vez e será algo mais raro do que um homem que tendo sido preso por um poderoso inimigo, é libertado e reencontra a esposa e os filhos" (END, v.2, p.179)
- Nam: derivado do sânscrito Namas, significa "devotar a própria vida.
- Myoho-rengue-kyo: título do Sutra de Lótus, o principal ensinamento do Buda Sakyamuni.
- Myoho: Lei Mística, a realidade imutável e essencial de todos os fenômenos.
- Myo: significa místico, não no sentido de milagre, mas indicando que o mistério da vida é de inimaginável profundidade e, portanto, além da compreensão do homem.
- Ho: significa lei. A natureza da vida é tão mística e profunda que transcende o âmbito do conhecimento humano. Uma lei familiar é encontrada no desenvolvimento do ser humano. ele nasce como um bebê cresce para ser um jovem e torna-se idoso para morrer. Isso é, obviamente, uma inquebrável lei, regulando cada espécie de vida. Ninguém jamais nasce como um adulto ou escapa desse ciclo.
- Rengue: significa flor de lótus. A flor de lótus simboliza a simultaneidade de causa e efeito, pois germina a flor e a semente ao mesmo tempo. O Budismo esclarece que todos os fenômenos do universo são regidos por esta lei. Em termos das pessoas, a condição da vida presente é o efeito das causas acumuladas no passado, e o momento presente é a causa da condição da sua vida futura. Esse princípio da simultaneidade de causa e efeito indica que os nove mundos (causa) e o mundo do estado de Buda (efeito) existem simultaneamente em cada momento da vida, não havendo, portanto, nenhum diferença fundamental entre buda e uma pessoa comum. Em termos de prática, Daishonin ensinou que quando uma pessoa recita Nam-myoho-rengue-kyo com fé (efeito) no Gohonzon, o estado de buda (efeito) manifesta-se instantaneamente no seu interior.
- Kyo: significa sutra ou o ensinamento do Buda que é eterno; propaga-se pelas três existência da vida - passado, presente e futuro, transcendendo as condições mutáveis do mundo físico e do ciclo de nascimento e morte. Pelo fato de Sakyamuni ter ensinado por meio da pregação - ou seja, ele usou a própria voz - a palavra kyo é algumas vezes interpretada como "som" Nitiren Daishonin declarou no Registro dos Ensinos Orais: "Kyo corresponde às palavras e ao discurso, ao som e à voz de todos os seres" (GZ, p. 508) O Caractere chinês usado para designar kyo significa o ensino que deve ser preservado e transmitido para a posterioridade. Esse caractere era empregado na China com o significado de "livros" ou "clássicos", como no caso do confucionismo e do taoísmo. Quando as escrituras budista foram levadas da Índia para a China, o caractere usado com o significado de sutra". É nesse sentido que Nitiren Daishonin interpreta a palavra quando diz: "Aquilo que é eterno, que se propaga pelas três existências, é chamado kyo" (Ibidem).
Do ponto de vista do significado literal o nam-myoho-rengue-kyo abrange todas as leis, toda a matéria e todas as formas e vida existentes no universo. Se expandirmos ao espaço ilimitado, é o mesmo que a vida do universo, e se condensarmos ao espaço limitado, é igual à vida individual dos seres humano. No entanto, essa ideia é superficial, pois a mera tradução dos caracteres não expões a profundidade da Lei Mística em sua totalidade. Na verdade, o Budismo não se compreende racionalmente apenas, mas sim com a própria vida.
A recitação diária, pela manhã e à noite do Nam-myoho-rengue-kyo é a prática fundamental do Budismo. Nitiren Daishonin ensinou que, por meio da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo, com fé no Gohonzon, manifestamos a Lei Mística - a realidade fundamental, a essência da nossa vida. Somente com a sincera recitação do Nam-myoho-rengue-kyo elevamos nossa condição de vida. Na prática, essa recitação nos proporciona sentimentos positivos, como alegria, coragem, esperança, sabedoria para desafiar e superar as dificuldades do dia a dia. Em "Resposta a Kyo'o", Daishoin nos orienta sobre a força do Nam-myoho-rengue-kyo por meio da célebre frase: "O Nam-myo-rengue-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode portanto, ser um obstáculo?" (END, v.1, p.275)
O presidente Ikeda nos indica a boa sorte da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo na seguinte orientação: "Se acreditarmos na Lei Mística e recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo pondo nossa vida ao ritmo da Lei do universo, desenvolvemos um 'eu' forte, rico e saudável que brilha com intelecto e sabedoria e transborda de felicidade por toda a eternidade. Assim como o Buda está dotado dos dez títulos honoríficos, nós também seremos coroados com imensa boa sorte e benefício. Nós praticamos o Budismo Nitiren para construirmos um brilhante palácio de felicidade nas profundezas de nossa vida" (BS edição 1.586, 1º de janeiro de 2011, p.4)
Independente das circunstâncias a continuidade da recitação da Lei Mística é de suma importância. É o que Daishonin nos ensina no escrito "A felicidade neste Mundo", dedicado a Shijo Kingo: "Sofra o que tiver de sofrer. Desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento como a alegria como fatos da vida e continue recitando o Nam-myoho-rengue-kyo, não obstante o que aconteça. Então, experimentará a infinita alegria da Lei. Fortaleça a sua fé mais do que nunca" (END, v.3, p.199).
TC - Edição especial de estudo junho - 2011 nª 526 págs. 35 - 36.
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