terça-feira, 30 de outubro de 2012

Verdadeira Identidade

Revelar a verdadeira identidade significa estabelecer um "eu" indestrutível do qual emana a alegria de viver livre e espontaneamente.



Dessa forma, com essa dedicação, todos podem conquistar uma vida repleta de realização, não temendo nem mesmo a morte, um dos quatro sofrimentos da vida. Da perspectiva do capítulo "Revelação da Vida Eterna do Buda", "o Buda que atingiu essa liberdade verdadeira e ilimitada exerce total domínio sobre seu corpo e sua mente, mediante o poder do estado de buda, e vive como uma pessoa independente, uma verdadeira vencedora e protagonista que supera todas as forças negativas e maléficas. Ao mesmo tempo, ele compreende que o poder do estado de Buda também se encontra dormente na vida das pessoas e no mundo terreno. Assim sendo, para revelar e manifestar essa força latente, ele se empenha ativamente em despertar as pessoas para sua natureza de Buda. Ele faz isso por meio de ações incansáveis e corajosas, manifestando sabedoria ilimitada e se engajando em sinceros diálogos."


Nitiren Daishonin mostrou isso com seu próprio exemplo, revelando uma existência grandiosa e digna de uma ser humano. Manifestou uma vasta condição de vida a fim de possibilitar que todas as pessoas também elevassem a sua. Essência do budismo está em fazer com que pessoas comuns manifestem o supremo estado de Buda em sua presente forma, na vida de um mortal comum. Não está absolutamente em atingir alguma condição sobrenatural ou algo parecido. Portanto, revelar a verdadeira identidade do Buda é incorporar um modo de vida dedicado à prática de bodhisattva revelando-a nas próprias ações cotidianas.
Ikeda diz: "Verdadeira identidade significa verdadeiro eu". A vida do Buda emana vigorosamente nas pessoas que tomaram a consciência de sua missão original, possibilitando-lhe conquistar a vitória na vida com toda tranqüilidade e desfrutar uma vida feliz e significativa."

TC - Ed. 452 Pág.13 Especial

Impresso por Vagner Antonio de Assis

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

DOENÇA

As pessoas também a encarar a doença com medo e angústia só de pensarem na possibilidade de morte. Mas a doença não necessariamente conduz à o morte. Nitiren Daishonin diz "Da doença surge a mente que busca o Caminho". Ele afirma ainda: "Nam-myo-rengue-kyo é como o rugido de um leão. Que pode, portanto, ser um obstáculo?"

Em "Sobre a cura da doença cármica", Daishonin menciona seis causas da doença, com base na obra Grande Concentração e Discernimento, de Tient'ai. Elas são: desarmonia entre os quatro elementos comer e beber imoderadamente. prática imprópria meditação sentada, ataque  das maldades trabalho das maldades de seus comentários:

1. Desarmonia entre os quatros elementos: No antigo pensamento asiático, tanto o corpo humano como o mundo natural consistiam dos quatro elementos - Terra, Água, Fogo e Ar. No que diz respeito ao corpo humano esqueleto, os músculos e os órgãos são a terra: o sangue e os fluidos corporais  são a água: a temperatura é o fogo e a respiração, o ar. Acreditava-se que quando a harmonia entre os quatro elementos era rompida pelo clima fora de estação ou por outras influências, as pessoa adoeciam. Assim, era considerado importante viver de forma sábia e em sintonia com o ambiente.

2 Comer e beber imoderamente. Refere-se ao consumo excessivo de comida ou álcool ou a fazer refeições irregulares.

3 Prática imprópria de meditação sentada: em  termos gerais, pode ser interpretada como um estilo de vida insalubre e desequilibrado. Em outras palavras, as primeiras três causas da doença salientam a importância de uma dieta sensata e saudável, sono suficiente, exercícios regulares e estilo de vida equilibrado.

4 Ataque das maldades: Em termos contemporâneos, pode-se interpretá-la como os ataques ao corpo por causas exteriores. tais como vírus, e também o estresse.

5 Trabalho das maldades: "maldades" referem-se, às funções negativas que atuam na vida e são ativadas pelo estresse mental e psicológico e que fazem surgi os desejos ilusórios, tais como os três venenos (avareza, ira e estupidez). Essas funções negativas penetram profundamente na vida da pessoa, destruindo seu equilíbrio espiritual e o funcionamento apropriado do coro e  da mente.

6 Efeitos do carma: Referem-se a  doenças ou indisposições resultante do carma negativo criado tato nesta como em existências passadas.
Ikeda comenta ainda: "Apesar de as seis causas da doença é, na verdade, causada pelas diferentes combinações das seis. As quatro primeiras causas podem ser evitadas com alguma consideração e cuidando  de nossa parte. Temos de utilizar a sabedoria para encontrarmos um equilíbrio na vida, dormindo o suficiente e evitando o acúmulo de fadiga.

"A base da saúde e a forte fé que nos capacita a extrair uma forte energia vita, triunfar sobre as forças negativas e prejudicais e transforma o carma.

Na Parte final da série"Diálogo sobre Religião Humanística", Ikeda comenta também possuem em seu interior o poder de curar seus próprios males. Isso seria como subir uma ladeira íngreme e voltar novamente ao chão.

Daishonin diz: "O verdadeiro aspecto do mundo tríplice é o nascimento, a velhice a doença e a morte". (Gosho Zenshu, pág, 753). A doença, em si, é apenas um a aspecto da vida humana. Não podemos concluir que uma pessoa, só pelo de ter adoecido, é alguém derrotado.
Se for encarada dessa perspectiva, a luta contra a doença contribui para que as pessoas enriqueçam e se fortaleçam interiormente, pois as levam  compreender a vida humana, desenvolvendo nelas um espirito  indomável.




domingo, 28 de outubro de 2012

PUREZA







A virtude da pureza denota um estado de vida tão límpido quanto a flor de lótus, que nasce, cresce e desabrocha em água lamacentas sem se deixar macular por essa águas.
Da mesma  forma, as pessoas habitam este mundo, denominado como saha, que significa "resistir" (o mundo saha é assim chamado porque as pessoas precisam resistir a muitos sofrimentos originados do três venenos-avareza-, ira e estupidez - e os desejos mundanos), 
e têm de viver nos Últimos Dias da Lei, uma era repleta de corrupção, conflitos e de pessoas perversas manifestar seu estado de  Buda, a única condição de vida que permanece imutável, livre de quaisquer impurezas cármicas pelas três existências do passado, presente e futuro, conforme visto no conceito da nona consciência, amala.
A recitação do Nam-myoho-rengue-kyo possibilita às pessoas manifestarem essa pureza e exercem a benevolência máxima  em relação aos sofrimentos das demais, a perseverarem em meio à sociedade turbulenta, sem se deixarem influenciar ou se abater. 



terça-feira, 23 de outubro de 2012

MORTE

O budismo ensina que antes de compreende qualquer outro assunto, é preciso compreender a morte. Há na sociedade duas correntes de pensamentos: a dos hedonistas e dos pessimistas. A primeira é representada por aqueles que acreditam que tudo encerra-se com a morte e buscam o m o máximo prazer possível no presente sem pensar no futuro. Mais tarde descobrem que a vida nem sempre é um "mar de rosas" e acabam se lamentando de sua indolência. 

A outro corrente, do pessimistas, enxerga a morte como o alívio de todos os sofrimentos. Esse é o motivo de muitos suicídios. Se essas duas correntes estivessem corretas, que significado teriam os desafios e as vitórias conquistadas nesta existência, já que tudo ficaria para trás quando a morte chegasse?

O Presidente Ikeda afirma: "Embora o budismo pregue a eternidade da vida, sua teoria a respeito não é um simples e fácil paliativo para os que têm a morte como horrorizante. Pelo contrário,  impermanência de todas as coisas e a prevalecente miséria da vida humana - que estão entre os mais fundamentais ensinamentos do budismo - são doutrinas que o ser humano acha, certamente, aflitivas senão tão atemorizantes como a própria morte. Longe. porém, de mascarar a verdade, o budismo nos ordena a olhar as coisas calma e destemidamente. Enfrentar diretamente o fato de que tudo o que vive morrerá. Perguntamos: por que devemos morrer? Com coragem, paciência e olhos abertos, Sakyamuni lutou para encontrar as verdadeiras respostas a essas questões com respeito à sua própria vida. E descobriu que a claridade é a vida eterna. (...)

"É um equivoco pensar tenta na vida como na morte em termos absolutos, tornar uma e ignorar outra. Ambas são fases intrínsecas da existência humana. A vida humana flui eternamente em grandes ondas, alternando com a morte - indo e vindo - através do tempo. Sakyamuni percebeu isto recordando o fluxo das suas próprias vidas. Sua doutrina não era qualquer doutrina romântica de imortalidade surgida de uma vontade de viver. Pelo contrário, ele percebeu que a vida é eterna porque a lei de causa e efeito ordenou as suas próprias séries de existências. No seu conceito, a morte ocorre para que possa haver uma nova vida. sua função é como a do sono, que é um período de descanso antes de um novo despertar. 

Ela causa medo como um sofrimento pelo fato de as pessoas se limitarem apenas à existência presente Ela causa medo não saber quando e de que forma virá. O mais importante, entretanto é criar causas positivas para que chegue sem causar sofrimentos tanto para si como para as pessoas ao redor.

Sob a perspectiva budista, a vida é eterna. Por essa razão, a prática budista deve ser eterna, abrangendo o passado, o presente e o futuro. Em outras palavras, a continuidade da prática é fundamental. Não importa a forma como a pessoa falece, o mais importante é o estado de vida que ela encerra sua existência. Com essa prática, a pessoa eleva seu estado de vida e, no momento da morte pode sentir uma profunda realização. A esse respeito, Ikeda diz: "As pessoas que recitam e propagam o Nam-myoho-rengue-kyo por toda a vida desfrutarão, após a morte, um estado de infinita liberdade tão radiante quando o sol do alvorecer e que fará com que se alegrem terem morrido.  Dessa forma, podemos receber tanto a vida como a morte com alegria. É por isso que Daishonin nos pede para colocarmos em prática nossa fé na Lei Mística com toda a sinceridade nesta existência. Ele também incentiva os familiares que ficaram, dizendo-lhe para não se preocuparem, pois aqueles que faleceram mantendo a fé na Lei Mística, com certeza serão felizes. Assim é o mundo da Lei Mísitca."

TC - Terceira Civilização - Edição 452 01 de abril de 2006 - Pág. 9 - Especial 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

As Vertentes Budistas

Grande parte do que se conhece hoje sobre a cultura oriental reflete, na verdade, os preceitos das diferentes vertentes do budismo. Pode-se dizer que a famosa "disciplina oriental" do povo daquela região, de certa forma, tem influência de alguns aspectos da filosofia budista.



O budismo foi fundado na Índia há aproximadamente 2.500 anos por Siddharta Gautama ou Sakyamuni (560-480 a.C). Nascido como príncipe, nas colinas ao sopé do Himalaia, Sakyamuni renunciou à vida secular para buscar respostas sobre as questões fundamentais da existência humana, ou seja, a razão dos chamados quatro sofrimento da vida: nascimento, velhice, doença e morte. Durante anos, ele praticou austeridade, submetendo-se a uma disciplina rigorosa por acreditar que o caminho da iluminação estaria no desapego aos desejos mundanos que seriam a causa dos sofrimentos da vida. 
Entretanto, com essas práticas não conseguiu encontrar respostas. Assim acabou rejeitando-as e começou a dedicar-se a meditação até que finalmente chegou a iluminação. tornando-se Buda. 

Após ter atingido o estado de Buda, a primeira preocupação de Sakyamuni foi com a compreensão das pessoas em relação ao seu ensino ou à Lei da vida. Durante cinco semanas, ele permaneceu sentado sob a árvore bodhi, onde atingira a iluminação, refletindo se deveria ou não ensinar o que havia descoberto aos outros.

A felicidade da humanidade era o principal objetivo de Sakyamuni. Seu maior desejo era mostrar o caminho da iluminação a todas as pessoas. Mas hesitava em fazê-lo porque percebia a ameaça de diferentes interpretações sobre a verdade  que havia chegado, e o ensino precisava ser preservado em sua essência. 

Propagação ou preservação, aliás, é a questãao que está no cerne das divergências principais vertentes do budismo que surgiram pouco tempo depois da morte do Buda fundador (480 a.C). 


Primeiro Conselho 


Na época, os povos não tinham cultura da documentação e os ensinos de Sakyamuni não foram registrados. Uma das práticas freqüentes era a repetição ou memorização dos ensinos. Além disso, não havia um discípulo que pudesse ser considerado o sucessor de Sakyamuni.
Assim, os "Dez Grandes Discípulos de Sakyamuni" convocaram uma espécie de assembléia geral de discípulos para resgatar e registrar os ensinos do Buda. O encontro foi denominado "Primeiro Conselho" e reuniu cerca de 500 discípulos. 
O conselho também visava impedir a proliferação de interpretações errôneas sobre a Lei, já que o falecimento do Buda trouxe uma "atmosfera de liberação e mesmo frouxidão moral". E, ainda, Ordem Budista surgiu como alternativa às varias seitas do bramanismo ou hinduísmo, mas esta religião ainda era preponderante na Índia. 
Nos seus últimos anos de vida, Sakyamuni sempre incentivou os devotos tendo ao lado discípulos Ananda, que possuía uma memória notável. Foi em torno de Ananda e do discípulo Upali, conhecido como o primeiro em disciplina, que o conselho aconteceu. 
Sobre esses dois grandes discípulos, o presidente Ikeda comenta que "podemos ter certeza contudo, que não foi simplesmente a capacidade deles memorizar e recordar que qualificou Ananda e Upali para as tarefas que lhes foram designadas. Muito ao contrário, aconteceu isso porque eles eram, em certo sentido, encarnações vivas do ensinamentos do Buda. (...) Todo aquele que deseja sinceramente conhecer a Verdade e que trabalha com todo seu ser para absorver e reter cada palavra e frase que lhe são ensinadas descobrirá que lhe será impossível daí em diante dissociar-se de tais ensinamentos, mesmo que queira fazê-lo". 
À medida que os discípulos ouviam o ensino, colocavam-no em prática e, assim, faziam-no parte de sua própria vida. Portanto, a tradição da relação profunda entre mestre e discípulo, tida como um dos fundamentos cruciais para o desenvolvimento de organizações como a Soka Gakkai, remonta milênios e é a base da propagação e preservação dos verdadeiros ensinos budistas. 
No conselho, Ananda recitou os ensinos de Sakyamuni buscando a máxima precisão sempre dizendo "Assim eu ouvi...". Upali, por sua vez, ditou as regras e regulamentos que tratavam da disciplina dos devotos. Cada ensino foi analisado por todos os discípulos presentes e a versão final era consolidada com a "primeira recitação coletiva".

Interpretações diversas

O esforço do conselho foi de criar uma unidade doutrina. Mas, alguns discípulos não compareceram ao encontro e outros, mesmo participando do conselho, manifestaram que seguiriam. os ensinos tais como eles próprios haviam ouvidos e interpretado por meio do contato direto com Sakyamuni. Assim, desde essa época o budismo foi propagado em diferentes vertentes.
Apesar da diversidade, não houve tentativas de perseguição ou violência de uma vertente a outra, indicando um dos espíritos fundamentais do budismo: a tolerância e o respeito à vida humana.
Cem anos depois do Primeiro Conselho, a diferença de interpretação dos ensinos já era grande e um novo conselho foi realizado para tentar unificar as opiniões. Mas as divergências não foram vencidas. 
A Ordem Budista dividiu-se em duas vertentes: Theravada ou "Ensinamento dos Anciãos" e Mahasanghika ou "Membros da Grande Ordem". O budismo Theravada se propagou no sudeste da Ásia e é considerada a vertente conservadora que priorizou a preservação dos ensinos por meio da restrição dos discípulos a uma vida isolada nos monastérios. O budismo Mahasanghika se estabeleceu na Índia e se expandiu pela China, Coréia e Japão como vertente progressista que frisava o trabalho entre as massas e buscava a propagação do ensino do Buda. O budismo Mahasanghika também foi denominado Mahayana (grande veículo) e o budismo Theravada foi chamado de Hinayana (pequeno veículo). 
Esta cisão, juntamente com um conceito budista chamado zuiho bini, que permite que a religião seja adaptada aos costumes da região particular que se prega, desde que não haja violação dos preceitos da Lei, são a origem dos diversos tipos de budismo que existem hoje.


THERAVADA (HINAYANA)

Os discípulos veneravam o Buda Sakyamuni tão profundamente que acabaram desistindo da idéia de se tornarem budas em vida. Buscavam uma condição de vida elevada (arhat), diferente do estado de Buda, que só seria atingido no momento da morte.
O tempo como monge e o número de sutras e preceitos que o devoto podia citar de memória, além de habilidade de eliminar os desejos mundanos, determinavam o merecimento ao título de arhat. 

MAHASANGHIKA (MAHAYANA)

Destaca o conceito de bodhisattva: dedicação ativa para propagar os ensinos. Também ficou conhecida como budismo Mahayana. 
Em suas perspectiva provisória diferiu pouco do budismo Theravada, acreditando que a prática denevolente pela salvação dos semelhantes era algo que só o Buda poderia fazer.. Com a revelação do Nam-myoho-rengue-kyo e do Gohonzon por Nitiren Daishonin, assumiu o aspecto verdadeiro e possibilitou a propagação.

Arhat: significa dignidade e respeito.

Matéria: TC Junho de 2004