O budismo ensina que antes de compreende qualquer outro assunto, é preciso compreender a morte. Há na sociedade duas correntes de pensamentos: a dos hedonistas e dos pessimistas. A primeira é representada por aqueles que acreditam que tudo encerra-se com a morte e buscam o m o máximo prazer possível no presente sem pensar no futuro. Mais tarde descobrem que a vida nem sempre é um "mar de rosas" e acabam se lamentando de sua indolência.
A outro corrente, do pessimistas, enxerga a morte como o alívio de todos os sofrimentos. Esse é o motivo de muitos suicídios. Se essas duas correntes estivessem corretas, que significado teriam os desafios e as vitórias conquistadas nesta existência, já que tudo ficaria para trás quando a morte chegasse?
O Presidente Ikeda afirma: "Embora o budismo pregue a eternidade da vida, sua teoria a respeito não é um simples e fácil paliativo para os que têm a morte como horrorizante. Pelo contrário, impermanência de todas as coisas e a prevalecente miséria da vida humana - que estão entre os mais fundamentais ensinamentos do budismo - são doutrinas que o ser humano acha, certamente, aflitivas senão tão atemorizantes como a própria morte. Longe. porém, de mascarar a verdade, o budismo nos ordena a olhar as coisas calma e destemidamente. Enfrentar diretamente o fato de que tudo o que vive morrerá. Perguntamos: por que devemos morrer? Com coragem, paciência e olhos abertos, Sakyamuni lutou para encontrar as verdadeiras respostas a essas questões com respeito à sua própria vida. E descobriu que a claridade é a vida eterna. (...)
"É um equivoco pensar tenta na vida como na morte em termos absolutos, tornar uma e ignorar outra. Ambas são fases intrínsecas da existência humana. A vida humana flui eternamente em grandes ondas, alternando com a morte - indo e vindo - através do tempo. Sakyamuni percebeu isto recordando o fluxo das suas próprias vidas. Sua doutrina não era qualquer doutrina romântica de imortalidade surgida de uma vontade de viver. Pelo contrário, ele percebeu que a vida é eterna porque a lei de causa e efeito ordenou as suas próprias séries de existências. No seu conceito, a morte ocorre para que possa haver uma nova vida. sua função é como a do sono, que é um período de descanso antes de um novo despertar.
Ela causa medo como um sofrimento pelo fato de as pessoas se limitarem apenas à existência presente Ela causa medo não saber quando e de que forma virá. O mais importante, entretanto é criar causas positivas para que chegue sem causar sofrimentos tanto para si como para as pessoas ao redor.
Sob a perspectiva budista, a vida é eterna. Por essa razão, a prática budista deve ser eterna, abrangendo o passado, o presente e o futuro. Em outras palavras, a continuidade da prática é fundamental. Não importa a forma como a pessoa falece, o mais importante é o estado de vida que ela encerra sua existência. Com essa prática, a pessoa eleva seu estado de vida e, no momento da morte pode sentir uma profunda realização. A esse respeito, Ikeda diz: "As pessoas que recitam e propagam o Nam-myoho-rengue-kyo por toda a vida desfrutarão, após a morte, um estado de infinita liberdade tão radiante quando o sol do alvorecer e que fará com que se alegrem terem morrido. Dessa forma, podemos receber tanto a vida como a morte com alegria. É por isso que Daishonin nos pede para colocarmos em prática nossa fé na Lei Mística com toda a sinceridade nesta existência. Ele também incentiva os familiares que ficaram, dizendo-lhe para não se preocuparem, pois aqueles que faleceram mantendo a fé na Lei Mística, com certeza serão felizes. Assim é o mundo da Lei Mísitca."
TC - Terceira Civilização - Edição 452 01 de abril de 2006 - Pág. 9 - Especial
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