domingo, 21 de fevereiro de 2010

Concepção do Maithuna

Maithuna é a ioga do amor, nem Sagrado nem Profano, pois tudo esta incluído nisso, sua pratico o amor é profano é amor sagrado. - Buddhatvan yoshidyonisansritan Estar iluminado por Buda, um estado "Em Estado de Graça". A "Graça" esta no yoni. Yoni Eterno Feminino". Maithuna é o mesmo que "Continência Masculina" ou  coitus reservatus. Um controle da natalidade sem o uso de anticocepcionais. Maithuna significa também Quando Freud diz sobre a sexualidade das crianças, aquela ao qual nascemos na infância e na meninice e que estava concentrada nos orgãos genitais. Uma sexualidade dissimulada em todo o nosso ser. Êsse foi o paraíso que herdamos e que perdemos a proporção que crescemos. Maithuna é a tentativa sistematizada para que readquiramos êsse paraíso". Spinoza dizia "Torne seu corpo capaz de fazer muitas coisas e isso ajudará a aperfeiçoar o amor intelectual de Deus". É uma ioga tão boa quanto rajá ioga, a "carma ioga" ou bhaki ioga. Pois o maithuna realmente leva-os até lá. Lá Tat Twan asi (Tú és Êsse) na verdade quer dizer eu sou. Êsse sou eu. O segrêdo é Êsse é o ponto básico de Maithuna, não é uma técnica especial para transformar a cópula em ioga. É a espécie de percepção que esta proporciona às pessoas. É a consciênca de não-sensação que existe em cada sensação.

Isso que acabaram de ler é um texto, retirado do livro de Aldous Huxley sôbre uma pratica sexual, como a nossa, porém sem julgamento morais da prática sexual conscedida por ambos os sexos. Onde se forma o Êsse.

Tantra e Maithuna

O Tantrik não renuncia ao mundo nem tampouco nega seu valor. Não escapa da vida através do Nirvana, como fazem os monges, Isso não! Aceita o mundo e dêle se utiliza. Faz uso de tudo aquilo que produz, de tudo que lhe acontece, de tôdas as coisas que vê, ouve, come ou toca. Tudo é usado como um meio de se libertar da própria prisão. Nisso reside a diferença entre a filosofia ocidental e oriental. A filosofia ocidental tão pragmática e eficiente quanto a física moderna. Para os orientais as questões são de ordem psicologica e os resultados são transcendentais. Os metafísicos fazem afirmações sôbre a natureza huma e sôbre o Universo, não permitindo a análise da verdade dessas afirmações. Nós afirmamos serem sempre acompanhadas por uma verdeiura lista na qual são mencionadas tôdas as operações que podem ser feitas, a fim de avaliar a solidez das mesmas Tat Twan asi(Tú és êsse) centro de toda nossa filosofia. Parece-se com problema metafísico, mas na realidade é uma experiência pode ser vivida. Dêsse modo, qualquer pessoa que queira efetuar tôdas as operações que se fazem necessárias, pode verificar a solidez do Tat Twam asi. Essas operações são chamadas ioga, dhyana ou Zen. Em certas circunstâncias especiaiss recebe também o nome de maithuna.

extraído do texto de Island, Aldous Huxley 1962.


sábado, 20 de fevereiro de 2010

Island - II Parte da resenha

"A aspiração de todas as religiões de eternizar somente o "sim" em cada par de opostos e irrealizável porque contraria a natureza das coisas. O maniqueista isolado que pensa ser, se auto condena a uma repetição infindável de frustações e está em conflito permanente com outros maniqueistas igualmente frustado nas suas aspirações."

A relações das religiões que pregam a verdade absoluta, fazem com que não, não seja parte de uma contraposição da realizada na própria natureza das coisas, e nos autocontenamos e frustamos no conflito pela busca de nossas aspirações.

"... conflitos e frustações - tema de toda a história e quase toda a bibliografia..."

O conflito e a frustação fazem parte originaria de nossa passagem histórica.

"... eu lhes mostro o sofrimento" disse buda,realisticamente porem -êle também mostrou o fim do sofrimento - o autoconhecimento a aceitação total e a abençoada experiência de ser Único;"

O sofrimento é algo presente em toda nossa passagem na terra, e Buda nos aponta o fim deste, através do realização e aceitação na experiência de um ser Único.

"O perfeito autoconhecimento gera o Bom ser e os bons sêres realizam uma melhor espécie de Bem. Mas as coisas bem feitas não produzem automaticamente o bem ser. Podemos ser virtuosos sem que saibamos quem realmente somos. Os individuos apenas bons não são necessariamente bons sêres; são simples pilares da sociedade."

A consciência daquilo que é bom gera um beneficio a especie, isso acontece quase que no mesmo instante de sua pratica, porém o individuo bom não seria bons sêres apenas a base de sustentação da sociedade.

"O verdadeiro conhecimento de quem realmente somos é que nos faz bons, para sabermos quem realmente somos devemos conhecer nos minimos detalhes aquilo que pensamos ser."

Nos conhecemos como sêres bons apenas quando nos conhecemos detalhadamente o que pensamos ser.

"Se renovarmos, êsses momentos de autoconhecimento de que somos, fazendo com que se tornem continuos podemos vir a descobrir subitamente aquilo que relamente somos. A concentração em pensamentos abstratos e exercicios espirituais equivalem a exclusões sistemáticas no domínio do pensamento."

Na busca por nossa identidade, quando nos concentramos na produção do da idéia abstrata e através de exercícios espirituais excluimos alguns de nossos pensamentos.

"Quanto mais um homem conhece os propositos do indíviduos, mais sabe a respeito de Deus."

Na busca do conhecimento de outros indíviduos Deus nos revela sua face e seu respeito por nós.

"No contato, superior, inferior, verdadeiro ou falso, a felicidade é sempre a felicidade e a liberdade é bastante agradavel."

Não importa os adjetivos que colocamos para o alcance da felicidade, está por si só é um fato de realização própria, e quando isso se torna uma verdade nos agrada e liberta.

"Somos pecadores viajando nesse mesmo barco cósmico ques está perpetuamente a naufragar."

Somos a origem do pecado no mundo viajando por um cosmo prestes a naufragar o que nos iguala.

"Sou como a multidão que obedece a lei
tão numerosas quanto os seus membros
Quimicamente impura.
É a minha constituição
Não existe um remedio único.
Para males que jamais têm somente uma causa."

Nos constituimos das impurezas e para isso não existe um único remedio, pois não existe apenas uma única causa.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Island - I Parte da resenha

A ilha de Adouls Huxley, escrito em 1962. Descreve uma série de acontecimento ligada a uma criação de sua autoria em uma ilha. Huxley foi um gênio em criar mundos, assim como em Admirável Mundo Novo. O fato dessa resenha neste blog acontece devido a está ilha estar ligado ao mítico oriental. Narrarei alguns trechos interessantes deste livro contando minha experiência.

...“cessaria de existir e em seu lugar ficara aquela dor semelhante a dos “membros fantasma” continuavam a perseguir aqueles que sofreram amputações... Amputação sofre uma amputação, isso não era motivo a entrega a autocomiseração...”

Neste trecho o autor descreve que um ser que sofre de uma amputação se pensar sofre disso se se entrega ao sofrimento desta própria.

“Todas as coisas, para todas as coisas
inteiramente indiferentes,
trabalham juntas e harmonia,
e embora discordem sobre uma bondade maior
que a própria bondade
trabalharam para um ser
mais eterno na sua transitoriedade
e no seu declínio
do que o Deus que vive lá no céu.”

A pratica da fé está ligado àquilo que creamos em nossa gama pela vida, cuidar daquilo que nos foi dado, a consciência, a razão e o corpo que nutri todas as funções de nossos membros com bondade, fornecem a resistência de a terra existir em toda sua transitoriedade.

“Flutuando entre o real e o imaginário, entre aquilo que nos vem de fora e aquilo que nos vem do mais intimo recesso do coração... A vida fluindo silenciosa e irresistivelmente para se tornar cada vez mais plena e criar aquela espécie de paz cada vez mais profunda, mais rica e mais completa, porque conhece toda a sua infelicidade e a sua dor. E porque as integra completamente à sua própria substância.”

Quando se conhece a dor de nossas infelicidades nos interligamos a nossa própria existência nos tornando pessoas fortes e saudáveis.

“para cima... para cima, através do vazio silencioso. A imagem era coisa concreta. As palavras transformaram em atos.”

Apenas quando conhecemos o ponto onde nada é lugar de morada de nossa idéia, ou seja, quando coabitamos lugares onde não haja manifestação dos pensamentos e idéias lá reside à mutação de nossos atos.

“... como é leve o ar que respiramos leve puro e cheio de vida... Will respirou fundo, e novo surto de vida percorreu o seu corpo... Dos campos nevados vem chegando uma brisa deliciosamente fria. Sinta-a... Esta frio. Você tem sono. Na atmosfera fria a vida se renova durante o sono mergulhamos na reconciliação total e atingimos a verdadeira paz.”

Somente concebemos a paz quando de nosso sono, pois La nos reconciliamos com a paz de nosso interior.

“Ninguém precisa ir à parte alguma. Como seria bom que todos soubessem.

Se apenas soubessem que realmente sou, deixaria de proceder como penso que sou. E se parasse de me comportar como penso ser, não saberia quem sou.

Se ao menos o maniqueísta que penso ser me permitisse ser o que de fato sou, o “sim” e o “não” viveria reconciliado na abençoada aceitação da experiência de ser Único...”

Se deixássemos de pensar na questão do ser e não-ser poderíamos aceitar a experiência e ser parte do Único ser.



 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Feng Shui

Fēngshuǐ (Audio)
Feng Shui 風水 ou 風水 (Pinyin: fēngshuǐ) é um termo de origem chinesa, cuja tradução literal é vento e água. Sua pronúncia correta em mandarim é "fon xuei". Os mesmos ideogramas 風水 são utilizados em outros países da Ásia com um sentido semelhante: no Japão (fūsui), Coreia (pung-su) e Vietnam (phong-thủy). Feng Shui, vem da pronúncia americanizada, expressa o barulho do vento e da água, é onomatopeico, fon suei, na língua original, em português seria como: fú, chuá. Segundo esta corrente de pensamento, estabelecendo uma relação yin/yang, os ideogramas Feng e Shui (respectivamente Vento - yang - e Água - yin -) representariam o conhecimento das forças necessárias para conservar as influências positivas que supostamente estariam presentes em um espaço e redirecionar as negativas de modo a beneficiar seus usuários.

Origens:

A origem da expressão "Feng Shui" está no Zang Shu (O Livro dos Enterros) escrito pelo Mestre Guo Pu (276-324 d.C). O termo é citado na seguinte sentença: O Qi é disperso pelo vento (feng) e acolhido pela água (shui).


O Feng Shui é uma corrente de pensamento analítico com tradição de mais de 4000 anos. Os mestres chineses que o estruturaram teriam percebido que cada área natural, terreno ou edificação seria dotada de sua própria vibração influenciada pela presença do Ch'i(chamada em chinês de qi), e estaria sujeita às várias influências do ambiente que a circunda. Constatando que certos tipos de vibrações presentes no ambiente e em seu entorno poderiam agir de modo benéfico para o corpo e a mente, enquanto que outros tipos tenderiam a ser prejudiciais, supostamente compreenderam a importância de estudar como situar as edificações, móveis e objetos da maneira mais adequada para favorecer seus usuários, segundo esta interpretação da natureza. Segundo as ideias pregadas pelo Feng Shui, quando as pessoas buscam este equilíbrio com as forças benéficas da Natureza, podem gozar de saúde, boa sorte e prosperidade. Quando as ignoram e se alinham com influências nocivas, podem experimentar dificuldades e obstáculos que podem se expressar como doenças, má sorte ou indisposição. Claro está que tais sentenças fazem parte desta crença e não são de forma alguma endossadas pela ciência. Os mestres taoístas que desenvolveram esta arte, não utilizavam-na isoladamente: consideravam-na mais um instrumento de equilíbrio a ser utilizado em conjunto com outras práticas articuladas à Medicina tradicional chinesa, como a acupuntura, a meditação, e o Tai Chi Chuan.

Objectivos
Acupuntura

Os chineses comparam os benefícios que o tratamento que o Feng Shui pode proporcionar a um espaço com os resultados que a terapia da acupuntura pode oferecer a um paciente. Segundo eles, da mesma forma que o Acupunturista, diagnostica os bloqueios na circulação de energia de um paciente e aplica agulhas em uma parte do corpo para curar uma outra parte ou órgão, o consultor de Feng Shui detecta as supostas influências visíveis e invisíveis em um ambiente e recomenda curas em uma área particular do imóvel que são capazes de alterar as características da circulação de energia no todo. Não há, entretanto, provas científicas da existência de tais influências "visíveis e invisíveis" nos ambientes.Supostamente cada avaliação de Feng Shui é única, relativa às influências magnéticas do local, da edificação e de seus habitantes.O conhecimento destas "influências" pode explicar muitos fenômenos que percebemos apenas de forma intuitiva, por exemplo: o que nos faz sentir confortáveis em determinado ambiente; porque certas áreas de uma edificação são pouco ou nunca ocupadas; porque alguns dos seus moradores sempre estão adoentados; porque certas edificações ou áreas em uma cidade são bem ocupadas enquanto outras são evitadas pelos habitantes.

  • O primeiro objetivo do Feng Shui é guardar e preservar as boas influências disponíveis no lugar de modo a permitir que permaneçam e se distribuam suavemente pela edificação.
  • O segundo objetivo é reduzir os efeitos negativos das diversas influências nocivas ao local, presentes na sua construção ou frutos das alterações em seu entorno. 
  • O terceiro objetivo é implementar "curas" que possam produzir resultados em termos de saúde, bem-estar e harmonia para os moradores ou usuários do espaço tratado. Isto pode ser conseguido estimulando as características do espaço benéficas para as pessoas que habitam este local – através das alterações arquitetônicas ou da forma, da cor, e do posicionamento dos objetos presentes no local.

O trato do visível e do invisível
 
 (Templo do Céu, em Pequim)
Ao longo dos séculos, os sábios chineses desenvolveram elaborados métodos e sistemas matemáticos estruturados em torno da filosofia taoísta para mapear as características magnéticas de uma edificação, mesmo que ela ainda não tenha sido construída. O Feng Shui trabalha cada ambiente em dois diferentes níveis: o visível e o invisível. O aspecto visível se refere a tudo que podemos ver, as diversas formas que estruturam cada espaço e as relações aparentes entre elas. Sua observação poderia indicar o que está errado num determinado ambiente, por exemplo, os ensinamentos do feng shui relatam que seria nocivo: a porta principal alinhada com a porta dos fundos; a escada alinhada à porta de entrada; ou objetos pontiagudos ou de aparência desagradável na direção de portas ou janelas. Estas características são relativamente fáceis de remediar, segundo os consultores, com freqüência o tratamento conduz a resultados efetivos. Os aspectos invisíveis são considerados pelos praticantes desta arte até mesmo mais importantes que os aspectos visíveis. Somente os métodos mais elaborados do Feng Shui são capazes de detectar as "influências invisíveis" de uma edificação. Estas características supostamente explicam porque intuitivamente sentimos alguns ambientes ou locais como "ruins" e outros como "bons". Como o invisível supostamente não poderia ser percebido diretamente pelos sentidos, seu estudo é realizado através de cálculos matemáticos que descrevem o campo eletromagnético existente num determinado espaço, situando-o em relação à planta do local ou edificação que está sendo trabalhado.
Bússola da Dinastia HanA base para o entendimento destes aspectos invisíveis seria a compreensão de que o alinhamento (orientação do imóvel em relação aos campos eletromagnéticos) e as características do momento em que foi construído (relacionadas também aos aspectos da vida estudados pela Astrologia Chinesa) contribuem para que o mesmo manifeste ou atraia certos tipos de vibrações. De forma prática e objetiva, o consultor usa uma bússola para descobrir a orientação desses campos e fazer o estudo das características eletromagnéticas do local ou ambiente, registrando os aspectos percebidos, benéficos ou não.Segundo os praticantes de Feng Shui, não é possível corrigir problemas visíveis sem que também sejam determinados, ou "mapeados", estes aspectos invisíveis. Sem isso os resultados não serão duradouros, não importa o que tenha sido feito no nível do visível. As influências nocivas invisíveis precisam também ser corrigidas no nível visível – trabalhando a cor, a forma e os materiais associados aos diversos aspectos do espaço em estudo.


O Feng Shui na atualidade
O diagrama do Ba Gua pós-natalOs imigrantes chineses que se instalaram nos Estados Unidos a partir do início do século XIX construíram estruturas que incorporam os princípios do Feng Shui nos bairros em que se habitaram nas cidades de New York, San Francisco e Los Angeles. O movimento da Nova Era interessou-se pelo estudo de seus princípios. Devido à amplitude deste movimento e à diversidade de seus integrantes, simultaneamente divulgou no Ocidente o seu uso como forma de organizar espaços de um modo sério e banalizou os seus preceitos até o limite da superstição. O Feng Shui é ainda utilizado na China rural, em Taiwan, na Malásia, em Cingapura, e Hong Kong. Entre as escolas de Feng Shui mais conhecidas na atualidade se destacam:

•A Escola da Forma, pertencente ao Feng Shui Tradicional Chinês;

•A Escola da Bússola, também pertencente ao Feng Shui Tradicional Chinês;

•A Escola do Chapéu Preto, de origem Tibetana, que usa como instrumento o Ba Gua, alinhando o norte - gua do trabalho - à porta principal.

Desde meados do século XX, a sua prática foi considerado ilegal na República Popular da China, inicialmente porque Mao Zedong denunciou a tendência de muitos praticantes para o charlatanismo, criando um departamento do governo para supervisionar seu uso. A pesquisa de campo de Ole Bruun registra que durante a Revolução Cultural, a maioria dos praticantes desta arte tiveram seus livros queimados, foram presos e perseguidos, e submetidos a privações extremas devido a seus conhecimentos da cultura chinesa tradicional. Poucos desejavam ou tinham meios para deixar o país. Assim tornou-se uma prática pouco conhecida pelos jovens na China continental. Este quadro modificou-se recentemente com a rápida modernização do país, que permitiu que o Feng Shui se tornasse um tema de pesquisas importante para as universidades chinesas.
As Escolas Tradicionais de Feng Shui
As 24 direções.Xuan Kong Fei Xing ou Estrelas Voadoras do Tempo-Espaço


Esta aplicação é considerada como sendo a teoria mais sofisticada do Feng Shui e é amplamente utilizada na Ásia. Em razão de sua complexidade e dificuldade de tradução dos termos utilizados, somente nos últimos anos do século XX tornou-se conhecida no Ocidente. Em Chinês, "Xuan" significa Tempo e "Kong" significa Espaço. A técnica das Estrelas Voadoras é chamada de "Xuan Kong Fei Xing", que pode ser traduzida como Estrelas Voadoras do Tempo-Espaço. A palavra "Estrelas" neste contexto é sinônimo de "qi" e se referiria às características vibracionais do ambiente; "Voadoras" porque estas características são dinâmicas, ou seja, se movimentam – pode-se também dizer que se modificam – no espaço e ao longo do tempo. No início da década de 1920, Mestre Shen Zhu-Nai começou a escrever um livro chamado "Shen Shi Xuan Kong", Estudo de Shen sobre o Tempo-Espaço que explica como estabelecer os padrões das Estrelas Voadoras além de anotações práticas e estudos de caso. Infelizmente ele faleceu antes de terminar o livro. O trabalho foi concluído por seus filhos e discípulos, e publicado em 1927. Posteriormente, em 1933, publicou-se uma edição ampliada com anotações de amigos, discípulos e peritos do passado. O livro do Mestre Shen atualmente exerce grande influência na prática do Feng Shui, na China e em outros países asiáticos. Uma nova geração de mestres tem publicado edições comentadas do "Shen Shi Xuan Kong", tornando esta escola mais acessível aos praticantes modernos de Feng Shui. A aplicação de Xuan Kong Fei Xing utiliza raciocínio lógico em conjunto com fórmulas matemáticas e se refere a quatro aspectos: Tempo, Espaço construído (edificações), Ambiente (entorno) e Pessoas (usuários), pois examina como a influência vibracional do ambiente e do espaço produzido pelo Homem age sobre a saúde e a prosperidade das pessoas ao longo do tempo. Esta é uma visão dinâmica do Feng Shui através da qual é possível verificar que a qualidade vibracional de um ambiente muda ao longo do tempo se não for renovada. Esta influência é demonstrada pelo que denominamos de "Mapa das Estrelas Voadoras". A técnica das Estrelas Voadoras pode ser identificada pelo uso de uma bússola específica - "Luopan" - para encontrar a orientação magnética da edificação. Esta informação e o período de tempo no qual o imóvel foi construído formam a base para os cálculos que determinarão o mapa que mostra as influências intangíveis e proporciona os meios de atuar sobre estas influências ao longo do tempo. Esta atuação também deve levar em conta as influências tangíveis, ou seja, a influência das formas internas e externas à edificação.

O Feng Shui no Brasil

A aplicação do feng shui depende do lugar onde nos encontramos na Terra, da geografia do lugar, perto de um rio, onde supostamente "a energia corre", está em movimento, ou perto de uma montanha, onde a energia se acumula. No caso de pessoas: onde nascem, onde vivem. O Brasil se encontra em sua maior parte no Hemisfério Sul da Terra, 93% do território brasileiro, sendo a cidade de Cuiabá o centro geodésico da América do Sul. E apenas 7% está no Hemisfério Norte. Segundo as modificações citadas no ítem anterior, entre outras, a aplicação da técnica varia dependendo do hemisfério da Terra. Aceitando que se deve trabalhar sobre o fundamento do Feng Shui, ou seja, as estações do ano, vem a seguir: Falando em coordenadas geográficas, leste e oeste se mantém, mas a Linha do Equador funciona como um espelho dividindo a Terra em dois hemisférios, norte e sul. No Hemisfério Norte o frio está no norte _ o Ártico, e o calor no sul_ a linha do Equador. Ao contrário do Hemisfério Sul onde o calor está no norte, o frio está no sul_ a Antártida. As estações do ano também se invertem. Quando é verão no Hemisfério Sul, é inverno no Hemisfério Norte. Quando é outono no Hemisfério Sul, é primavera no Hemisfério Norte, e vice-versa. O I Ching cita que devemos nos voltar para o lado da luz, para meditar, ou seja, o sul_ no Hemisfério Norte; o que corresponde a se voltar para o norte no hemisfério Sul. Isto se baseia na posição do Sol, que no Hemisfério Sul nasce no leste, se dirige para o norte e se põe no oeste. Na tradução do I Ching para o português também é ressaltado que se deve observar a estação do ano a que se refere o texto, e nunca o mês em questão, já que a obra foi escrita na China, que se encontra totalmente no hemisfério Norte, e os meses a que correspondem as estações do ano são sempre diferentes nos dois hemisférios da Terra. Por exemplo, o signo que representa o auge do verão é o cavalo. Corresponde ao calor, elemento fogo, mês de dezembro, direção norte magnético, no Hemisfério Sul; enquanto que o cavalo no Hemisfério Norte corresponde ao mês de junho e a direção sul. Os 5 elementos (fogo/verão, terra, metal/outono, água/inverno, madeira/primavera) estão relacionados com as estações do ano, com as direções, com os 12 signos (animais), com os meses, os dias e as horas, originando um calendário. Quando se trabalha sobre a planta baixa de um imóvel, utiliza-se a técnica do "Bahzai", e no caso de pessoas a técnica do "Min-gua". Os 8 trigramas do I Ching serão relacionados com as coordenadas magnéticas, respectivamente, no Hemisfério Sul, vale para a maior parte do Brasil, incluindo São Paulo: norte 9, nordeste 4, leste 3, sudeste 8, sul 1, sudoeste 6, oeste 7, noroeste 2 _se trata de uma matriz (matemática) 3x3, que representa o plano, 360 graus, + (sentido horário, Hemisfério Norte) ou - (sentido anti-horário, Hemisfério Sul) ; o 5 está no centro, que é o número considerado sagrado. "Quadrado Mágico"
|2|9|4|
|7|5|3|
|6|1|8|
Da relação entre os 12 signos e os cinco elementos originariam-se 60 binômios. Em 7 de agosto de 2006 se iniciou o ano da Cobra de Metal no Hemisfério Sul. A mudança de ano ocorre no início do segundo semestre, em agosto de 2007 entra o ano do Cavalo de Água (binômio 19). Em 2008, é o ano do Carneiro de Água. Esta data é calculada como no Hemisfério Norte, e representa um ponto médio entre o solstício de inverno e o equinócio de primavera.


Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.























































domingo, 14 de fevereiro de 2010

Herman Hesse


(Hermann Hesse)


Um novo romance de grande envergadura de Thomas Mann pode ser chamado de um acontecimento na nossa literatura. Surpresas ninguém espera dele, pois pouco de nossos autores contemporâneo surgiram como ele, já no primeiro livro quase como escritor feito que desde o início nos oferecesse sua imagem com todos os traços essenciais: a imagem de um ser humano nobre, sensato, especial um observador implacável que exercita refinada as artes de linguagem, e quase se envergonha dessa sua arte, de modo que é um melancólico e, como pessoa inteligente e defensiva, facilmente se torna irônico. Todos esses traços já estavam no pequeno senhor Friedemann, e todos se revelaram plena e harmoniosamente desenvolvidos, numa espantosa consonância, no Buddeenbrooks.

Alteza Real, o novo grande romance de Mann, realmente não traz nenhuma surpresa. Talvez provoque uma espécie de decepção àqueles que durante esses anos repetidos se ocuparam, feliz com os Buddeenbrooks, pois livros como os Buddenbrooks nem mesmo um mestre escreve todos os anos ou mesmo há dez anos. O Buddenborrooks executando suas singularidades e jogos foram uma obra daquelas que, no curso dos anos, se pode confundir com experiências própria, como algumas grandes obras de Balzac, Flaubert, Tolstoi, Bang. Seus personagens eram tão não-intencionais, não-inventados, tão naturais e convincentes, como um pedaço da natureza. Diante deles abandonava-se o ponto de vista estético e se entregava como à visão de um fenômeno natural. Comparado a ela, Alteza Real é um romance; romance no bom e no mau sentido, uma criação, um trabalho artístico algo intencionado, que seguimos com interesse, amor admiração, mas não com o mesmo arrebatamento.

Talvez isso se ligue ao fato de que apesar de nesse novo livro se poder observar também algumas singularidades perturbadoras, falta-lhe aquela força que nos arrebatou nos Buddenbrooks. Somos, então, juízes mais severos e mais frios e nos admiramos de que grande artista tenha um traço tão funesto, e que toda a sua segurança nem sempre possa salvá-lo de enganos óbvios e pecados contra o bom gosto. Soa quase engraçado: Thomas Mann e falta de gosto, mas é assim.

É que Thomas Mann tem a segurança do gosto, que repousa numa cultura, mas não a segurança intuitiva do gênio ingênuo. E, com isso, tudo está dito: ele é escritor, um escritor talentoso, talvez um grande escritor, mas é da mesma forma, e mais ainda, um intelectual. Tem o talento, mas não tem a ingenuidade de um Balzac ou mesmo de um Dickens. Dessa forma, ele sente seu grande talento antes como uma distinção que lhe causa orgulho. Por isso também, ele tende a ironizar e, eventualmente, a violar a forma artística.

Parece-me que o escritor ingênuo, "puro", nem pensa de forma alguma nos leitores. O mau autor pensa neles, procura agradar-lhes, adulá-los. O intelectual desconfiado, Thomas Mann, portanto procura manter o leitor a distância, ironizando-o indo aparentemente ao seu encontro, oferecendo facilidades e mesmos muletas. Para isso precisa-se recorrer ao costume perverso de apresentar cada personagem, quando, reaparece através de seus atributos estereotipados para que o leitor diga: Ah, esse aí é ele! Mann sabe tanto atrair quanto enganar seu leito, e chega ao ponto de jogar um jogo absolutamente infantil, com nomes e máscaras, do tipo daqueles mais antigos e piores jogos de salão. Ele apresenta um doutor Überbein com a pele rosto esverdeada e a barba vermelha, uma senhorita Unschlitt (filha de um fabricante de sabão!) de clavículas salientes e um senhor Schustermann com seus recortes de jornal, e muitas outras dessas personagens, que nada são senão máscaras. E quando se acaba de ler umas observações de Mann sobre a natureza, inacreditavelmente cheia de amor, ou uma de suas brilhantes frases sobre arte, sobre música, por exemplo, não se entende como esse mesmo homem pode malbaratar de tal maneira sua arte.

Tudo isto soa um tanto crítico e rabugento, mas é apenas porque amamos e respeitamos Thomas Mann que temos de observar e reconhecer essas peculiaridades. Na verdade, um escritor menor poderia nos impressionar com essas manhãzinhas e brincadeiras, que em Mann nos aborrecem. Parece-nos, contudo, que um artista como Mann, intelectualmente tão acima de todos os preconceitos e juízos, que sabe observar e criar com tamanha pureza deveria poder renunciar, em obras geradas e executadas com grande seriedade, a dirigir ao público estímulos desse tipo que são certamente engraçados e divertidos, e que certamente lhe dão uma secreta satisfação. Com isso, que naturalmente é intencional, ele consegue dar ao leitor comum uma espécie de superioridade, para em compensação roubar-lhe o que há de refinado, sério, realmente digno de ser passagem, que o leitor comum não o perceberá. Assim também sua linguagem é, na aparência, a de um bom jornalista, aparentemente ele não tenciona senão ser óbvio, preciso e secretamente é tão pleno de malícia, ironia, nobreza e oculto brilho, que ao lê-lo se experimentam constantemente refinados encantos e surpresas.

O burguês pode ler esses livros e, com efeito, entreter-se com eles (tanto mais porque nesse novo romance se desenrola uma fábula bastante romanesca), enquanto na verdade, os pontos importantes lhe escapam um a um. E nós, que temos o bom fato para esses pontos importantes, apenas os sabemos pela metade, quase de consciência pesada, porque com todo seu espírito e sua graça, apenas se ligam muito superficialmente com a arte. Gostaríamos de ler um dia um livro de Thomas Mann em que ele nem sequer pense nos leitores, em que não pretenda atrair ou ironizar ninguém. Jamais teremos esse livro, nosso desejo é injusto, pois esse jogo de gato e rato faz parte da natureza de Mann; mas pode ser que ele, que afinal parece desejar certa objetividade, se force a tornar um pouco mais objetiva essa técnica ainda demasiado subjetiva. Pois esse jogo constante com o leitor supõe o pensamento sempre voltado para ele, e isso não faz parte dos requisitos para que uma obra de arte pura tenha resultado.

Entrementes, porém, alegramo-nos com a Alteza real, e com tudo o que nos vem desse homem aristocrático. Suas coisas mais apagadas ainda estarão sempre muito acima do comum.

O primeiro livro de Thomas Mann, comentado por Hessse foi o volume de novelas "Tristão" publicado em 1903 pela S. Fischer, de Berlim; Hessse publicou seu comentário em 5.2.1903 no jornal "Neue Zücher Zeitung":

Quase se poderia crer que Thomas Mann tem a ambição dum artista de mil talentos. Nos Buddenbrooks ele foi o atleta que "trabalhou" a sangue-frio e com segurança o peso de toneladass de um material gigantesco. No Tristão, ele se já se apresenta como delicado malabarista, mestre do trivial. No fundo, é verdade os dois livros são tão proximamente aparentados quanto possível; apenas o que no Tristão aparece como jogo superficial, de mímica, nos Buddenbrooks se transforma em grandess gestos trágicos, pela violência e unidade do tema. Seu novo livro pode levar muita gente a considerá-lo unicamente o trabalho limpo de um artista muito sofisticado; parece até concatenar consigo mesmo, em sua graça fria. Ainda assim, ele é mais do que uma pequena obra-prima técnica. A seis novelas, das quais apenas uma, Luisinha, nos deixa-nos insatisfeitos o tempo todo, passam-se em geral na fronteira do burlesco, e lembram por vezes algumas antigas e loucas songs drolatiques*. Observando melhor, os monstros não são monstros, as caretas não são caretas, tudo é apenas efeito da iluminação apararentemente casual, altamente pensada e estudada; assim que colocamos o holofote em outra posição, reconhecemos naqueles fantasmas nossos amigos, irmãos, primos, vizinhos às vezes até um traço familiar de nós mesmos. Essa descoberta nos dá em a parte a sensação de um susto, em parte de alivio, e parte apaziguamento, em parte de decepção e, na verdade, já nos Buddenbrooks essa era a disposição de alma fundamental. Há dias em que contemplamos o mundo com um misto de crítica sóbria e nostalgia inconfessada; nesses dias, pessoas e coisas nos mostram rostos tais como os que Thomas Mann pinta, tão comicamente grave e tão melancolicamente irônico. Quem prepara uma mistura dessas, jamais é unicamente artista, mas deve ter bebido fundo de taça da insatisfação e da nostalgia, sem a qual nenhum artista se torna verdadeiro escritor. Assim, Tristão é um livro em que se encontram coisas muito diversas e que se pode saborear de maneiras muito diferentes, um livro exclusivamente para especialistas em literatura, para conhecedores; para esses, porém, constituirá umas das maiores especiarias que nos oferece o ano que finda.




* Talvez referência aos "contos droláticos" burlescos, do séc. XVI. (N. da T.)


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Para sermos realmente justos, convém recebermos igualmente os aspectos racionais e irracionais da vida.

"A razão nos impõe limites muito estreitos e apenas nos convida a viver o conhecido" (C. C. Jung)

Budismo Chines



A misericórdia em diferentes culturas

No budismo chinês, Kuan Yin, Guan Yin ou Guānyīn 觀音representa a compaixão ou misericórdia de todos os Buddhas e tem sua simbologia advinda do Bodhisattva Avalokiteshvara, em sânscrito Avalokiteśvara अवलोकितेश्वर, divindade do budismo indiano, que dá origem a várias representações asiáticas, e que chega à China com o budismo no ano de 67, sincretizando-se com divindades femininas locais.
Kuan Yin está associada às características femininas da maternidade e proteção, na China ligadas milenarmente de modo bastante forte à misericórdia
Também no Japão a representação budista da misericórdia tem características femininas predominantes, sendo conhecida como Kannon Bosatsu観音菩薩.
No budismo tibetano recebe o nome Chenrezig, e, assim como Avalokiteśvara na Índia, tem características masculinas predominantes.

A dança da Deusa da Misericórdia

O coreógrafo chinês Zhang Jigang criou uma apresentação de dança para permitir ao público contemplar a "Kuan Yin de Mil Braços". O canal de televisão "China Central" apresentou este espetáculo ao vivo como comemoração do Ano Novo Chinês (link para um trecho do vídeo nas "páginas externas").
A dança foi apresentada por 21 dançarinas surdas integrantes da "Companhia de Arte Performática Chinesa de Deficientes Físicos." Posicionadas numa longa fila, as bailarinas conseguem dar aos espectadores a ilusão de que os movimentos de seus múltiplos braços e pernas pertencem à figura de uma única deusa.

Nu-Kua ou Kuan yin

Há cerca de seis ou sete mil anos havia um mito universal de que todos os seres eram provenientes do útero de uma Mãe Cósmica [2]; tal mito da criação universal teve lugar durante uma fase informe do mundo, aonde nada podia ainda ser identificado. Inicialmente cultuada na Índia, como Kali, a Mãe Informe, recebeu depois o nome de Tiamat (Babilônia), Nu Kua (China), Temut (Egito), Têmis (Grécia pré-helênica) e Tehom (Síria e Canaã) --este último foi o termo usado mais tarde pelos escritores bíblicos para Abismo. As mais antigas noções de criação se originavam da idéia básica do nascimento, que consistia na única origem possível das coisas e esta condição prévia do caos primordial foi extraída diretamente da teoria arcaica de que o útero cheio de sangue era capaz de criar magicamente a prole. Acreditava-se que a partir do sangue divino do útero e através de um movimento, dança ou ritmo cardíaco, que agitasse este sangue, surgissem os "frutos", a própria maternidade. Essa é uma das razões pelas quais as danças das mulheres primitivas eram repletas em movimentos pélvicos e abdominais. Muitas tradições referiram o princípio do coração materno que detém todo o poder da criação. Este coração materno, "uma energia capaz de coagular o caos espumoso" [3] organizou, separou e definou os elementos que compõem e produzem o cosmos; a esta energia organizadora os gregos deram o nome de Diakosmos, a Determinação da Deusa. Os egípcios, nos hieroglifos, chamaram este coração de ab e os hebreus foram os primeiros a chamar de pai (ainda que masculinizassem, a idéia fundamental de família e continuidade da vida não era patriarcal).
O coração e o sangue definem um elo imanente a todos os seres que dele nasceram e uma idéia de coração oculto do universo que pulsa e mantém o ritmo de ciclos das estações, dos nascimentos, mortes, destinos. Este é o significado que está no Livro dos Mortos ou das Mutações. No mesmo sentido o livro chinês é denominado Livro das Mutações.
O nome chinês dado à Mãe Primordial e informe é Nu Kua, nome referido também entre os egípcios, gregos, mesopotâmicos e hindus. As referências a ela remontam há 2.500 a.C. e a imagem permanece venerada nas regiões setentrionais. Kuan Yin ou A Mulher é uma deusa dos casamentos e das mulheres em geral. O corpo original do I Ching chama-se (Oito Trigramas) e os sessenta e quatro hexagramas são denominados por kua, derivado linguísitico de Mãe Primordial ou Nu Kua.

fonte wikipedia

Koan e Mushin

Koan e Mushin
Veiculado em 30/07/2003
Monge Ryotan Tokuda
Córdoba, 21-10-83

A aula de hoje é sobre a técnica do koan. O sistema de koans. Esta aula eu já dei em Buenos Aires, e aqui a estou repetindo. Quando se começa a estudar o Zen, nos deparamos com esta palavra: koan. O que é o koan? Originalmente se divide esta palavra em Ko e An. Ko quer dizer público. An significa lei (ou caso). Isso então é Lei pública. Cada país tem suas leis. Os estados e municípios também tem leis diferentes. Por vezes com poderes políticos, pode-se alterar estas leis, mas na verdade, leis devem ser estáveis. HI LI KO KEN TEN. Hi quer dizer aquilo que está errado, Li aquilo que é lógico e certo, ko é a lei, ken quer dizer poderes e ten quer dizer correto. Resumindo, isto significa que uma coisa errada não pode superar a lógica, não pode burlar aquilo que está certo. Mesmo que pessoas que tenham poderes tentem alterar leis, essas pessoas não possuem contudo força para controlar a lei do universo. É nesse sentido, a esta lei pública, que não pode ser alterada, e que todo mundo tem que respeitar finalmente, esta lei a que temos que nos submeter em última instância, é a isto que o praticante Zen tem que finalmente se submeter. Estas perguntas e respostas.

Mas essa palavra koan dentro da escola Soto, é usada com outro sentido. Hoje em dia, este sistema de koan pertence mais à escola Rinzai.

Antes de entrarmos no que significa o koan, expliquemos sobre as cinco escolas do Zen historicamente. Hoje em dia apenas duas escolas continuam a transmitir, a escola Soto e a escola Rinzai. Entre essas escolas, existe intercâmbio até hoje. Eu pertenço à escola Soto, mas também treinei na Rinzai.

As características dessas escolas é que a Rinzai era a escola do Xogun, general, guerreiro, montado a cavalo, comandando as tropas, os cavalheiros, lanças, flechas, e assim a escola Rinzai esteve sempre ligada ao poder daquela época, do imperador, ou então dos guerreiros e governadores. Por isto, os maiores mosteiros da escola Rinzai estão localizados nas antigas capitais, como Kyoto, ou Kamakura. Dentro dessas duas grandes cidades, existem cinco templos oficiais, cinco mosteiros principais e dez mosteiros secundários. Esses mosteiros são antigos palácios do Imperador, que foram transformados em mosteiros. Os mestres de cada mosteiro eram Mestres Nacionais. Por isso a característica da escola Rinzai é imperial.

A escola Soto é de agricultores, lavradores. Como agricultores não chegam perto dos ricos e dos governadores, são pessoas que estão espalhadas pelo interior, pessoas anônimas, trabalhando a terra, sem mostrar autoridade e conhecimentos. Simplesmente trabalharam e assim chegaram a transmitir o ensinamento.

No Japão atualmente a escola Soto tem talvez quinze mil templos pelo Japão todo, enquanto que a escola Rinzai talvez tenha uns três mil. Mas esses três mil da escola Rinzai, estão todos localizados na cidade, nas capitais. E tem que dividir os três mil templos por 17. Porque cada um tem cinco linhas principais, 10 secundárias e cada um é uma linhagem diferente. Mas entre eles existe intercâmbio. Uma outra característica da escola Rinzai, é que eles utilizam o koan durante a meditação. A escola Soto durante a meditação não se utiliza do koan, mas sim do método Shikantaza (apenas sentar). Por isto, o treinamento Rinzai é muito agressivo, forte. Os mestres e os veteranos apertam o praticante até o canto, até o praticante começar a explodir. Assim é muito importante encontrar o mestre correto, porque senão o praticante fica louco.

A escola Soto não tem este tipo de coisa, treina simplesmente como na época do Buda, sentando, naturalmente, e quando surgem perguntas, indaga-se ao mestre e o mestre responde normalmente, não usando este tipo de koan com palavras paradoxais. Como máscaras estranhas, escondidas, para assustar as pessoas. Por isto a escola Soto é um treinamento muito brando, mas o mestre vê o progresso dos praticantes. Quando o caminho é longo, então é que se vê realmente a força do cavalo. Podemos assim ver se a força de vontade é verdadeira ou não, na continuação do treinamento.

Existem outras seitas que desapareceram na história, que acabaram sendo assimiladas por estas duas escolas principais, porque quando não aparece um bom discípulo, a escola termina. Por isto, a qualidade do mestre correto, bom ou não, grande ou pequeno, depende de seus discípulos. Mesmo que o mestre seja muito inteligente, muito famoso, isto não quer dizer que ele seja grande. Se ele não conseguir criar discípulos realmente bons, então não se trata de um bom mestre. Assim, para não terminar sua linhagem, cada mestre dá atenção para a criação discípulos. Quando o discípulo ainda está sentindo muito agradecimento para com seu mestre, ele ainda é apenas um discípulo secundário. Quando o relacionamento entre mestre e discípulo é como de inimigos talvez então esse discípulo possa transmitir o Dharma.

Se o discípulo tem a força e a mesma altura do mestre, de ombro a ombro, ele tem somente a metade da força do mestre. Se o discípulo conseguir subir nos ombros do mestre, ele pode realmente transmitir o ensinamento. De qualquer modo, mundialmente o Zen está se espalhando e podemos enxergar que linha de mestres estão ficando. O Zen foi apresentado ao Ocidente através dos livros de Daisetz Suzuki, mas prática mesmo existia muito pouca, era só muita leitura. Mas hoje em dia, esta moda já passou, e no mundo ocidental o Zen começa a deitar raízes.

O Cão de Joshu

Escola Deai - Sobre o Zen


O Koan Mu - o Cão de Joshu
Artigo de: Manuel Galrinho
Publicado em: 2004-07-06

Os métodos mais usados no Zen com vista à iluminação, satori, em Japonês, são o trabalho sobre a respiração, a postura e os koans. O Budismo Zen Japonês divide-se essencialmente em duas escolas: Soto e Rinzai. A primeira valorizou os dois primeiros métodos enquanto que a segunda deu ênfase essencialmente ao método dos Koans.

Esta caligrafia de Setsudo Genko tem como tema o «Koan Mu». A Caligrafia diz:

                  MU
                  Engole todo o oceano de MU
                  e rumina-o.

O koan é um problema que o discípulo do zen deverá resolver, mas cuja solução não se atinge pelo pensamento intelectual.
Os Koans mais famosos foram compilados por Mumon Ekai (1183-1260) sob o título de Mumonkan - a Porta sem porta. Eles são as portas para a verdade e para a libertação. Mas estas não são portas já abertas, mas portas a abrir, daí que no próprio Mumonkan se possa ler:
«O grande caminho não tem porta,
Milhares de estradas lá vão dar.
Aquele que atravessa essa porta sem porta
Caminha livremente entre o céu e a terra.»
O mais famoso de todos os koans, aquele que mais do que qualquer outro foi objecto de meditação por parte dos discípulos do Zen, é aquele com que abre o Mumonkan: o Koan Mu. Este koan é apresentado do seguinte modo:
«Um monge perguntou a Joshu: “um cão possui a natureza de Buda?”
Joshu respondeu: “Mu”»
Mu significa “nada” mas à meditação sobre este koan, não interessa o significado da palavra “Mu”.
O texto que apresentamos aqui é o comentário do próprio Momon Ekai a este koan.

O Budismo e o seu Legado

Budismo


História Linha do tempo· Concílios budistas

Fundações
  • Quatro Nobres Verdades
  • Nobre Caminho Óctuplo

Preceitos Budistas

  • Nirvana
  • Três Jóias

Conceitos chave

Três marcas da existência

  • Skandha
  • Cosmologia
  • Samsara 
  • Renascimento
  • Darma

Originação dependente

 · Carma

Principais Figuras
  • Gautama Buda
  • Discípulos
Práticas e Realizações
Estado búdico

 · Bodhisattva

Quatro Estágios da Iluminação

· Paramitas
· Meditação
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Iniciais e Pré-sectárias

Textos
Cânone Páli · Cânone Chinês
Cânone Tibetano
Estudos Comparados



Koan

Koan
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Parte de uma série sobre Budismo

koan (公案; japonês: kōan, chinês: gōng-àn, coreano: gong'an, vietnamita: công án) é uma narrativa, diálogo, questão ou afirmação no Zen-Budismo que contém aspectos que são inacessíves à razão. O koan tem como objetivo propiciar a iluminação do aspirante a zen-budista. Um koan famoso é: "Batendo duas mãos uma na outra temos um som; qual é o som de uma mão?" (tradição oral, atribuida a Hakuin Ekaku, 1686-1769).

Consicência de Alaya

[ Consciência de Alaya ]
por Tokuda Igarashi.

O que é a consciência de Alaya?
Quando nasce uma criança, ele já possui a consciência de Alaya. É dito que um ser humano tem a experiência de milhares de anos nesta consciência. Que tipos de experiências ou de emoções temos nós? Nós ignoramos tudo isso mas, de repente, quando se reúnem suficientes condições externas, isso toma forma de cólera, de ciúme etc, segundo o tipo de experiência de cada um e o tipo de encontro com os eventos externos.

Chama-se isso de consciência kármica ou consciência condicionada. Este “kármica” não é o que geralmente associamos com destino, é mais uma “visão limitada”, limitada pelas experiências do passado. Se se tratasse de destino, não se poderia escapar disto. Ora, é possível, pois esta experiência enquanto está no subconsciente é neutra. Ela não é nem boa, nem ruim. Isso é a saúde.

Por exemplo, quando se recebe uma crítica, normalmente se reage a isto ficando encolerizado, brigando e cortando relações com a pessoa que nos critica. Mas, com o treinamento e a prática, se esta pessoa que critica tem razões e se pudermos aceitar isso, isso produz méritos. É hishiryo, fushiryo. Neste momento o que se passa? No momento em que aquela pessoa critica deliberadamente, como um diabo ou um demônio, se pudermos receber esta crítica, esta pessoa se transforma, não é mais o demônio, mas algo como um bodhisattva.

Existe uma expressão Zen que diz: “O Buda aparece sob a máscara de um diabo”, e no começo do Zanmai o Zanmai, está escrito: “Ultrapassar, transcender, caminhar sobre as cabeças dos demônios, isso é o Grande Samadhi”.

Ultrapassar Buda, também é o Grande Samadhi. Não existe nem o Buda, nem o diabo, são efeitos de nossa consciência. Como transformar o subconsciente em sabedoria? De um lado, como o dito do Yogashara, pela prática do zazen, entrando no domínio do subconsciente e de um outro lado, estudando o dharma. Estudar o dharma permite compreender muitas coisas, mas é ainda consciência. Assim, essa consciência é boa, porque antes do acontecimento que precede a cólera, porque estudamos o dharma, esperamos, refletimos, analisamos tal crítica. Então, tudo bem. Isso permite que seguremos a cólera separadamente e que a transformemos em algo de positivo que entra no subconsciente.

Também, atenção especialmente à bondade, porque resulta em uma boa experiência que impregna o subconsciente. Quando esta experiência penetra no subconsciente, se fala em algo como uma semente. Existem sementes de boas experiências e sementes de más experiências, mas quando estas sementes entram na consciência Alaya, elas são neutras, isso é a saúde. Quando essa semente encontra condições externas, ela começa a se abrir. No começo, sua reação ainda está guiada através de uma consciência egocêntrica. Quer dizer, isso é “bom para mim ou não?”

Mas pelo zazen não existe mais dualidade e essa oposição “você-eu, eu-você”, diminuem porque sabemos que as raízes de eu e você são idênticas. E quando começamos a compreendê-lo de forma teórica, se produz em seguida uma experiência positiva. Quando você aceita, isso se torna uma boa experiência, uma boa semente. A consciência e o subconsciente alaya começam a mudar a partir do interior, e quando o interior muda, tudo se transforma, de forma que se você constatar que lhe parece negativo, isso não mais lhe afeta, você o considera como bom e normal.

Quando a mudança se produz, se diz que o inconsciente alaya muda e se torna adana, pura consciência. É o primeiro estado do bodhisattva.

Diz-se que, ao praticar o zazen, quando surgir uma idéia ruim ou estúpida, coloque ali uma pedra preta e quando for uma boa idéia, coloque uma pedra branca. No começo, naturalmente, fica tudo essencialmente preto, em seguida pouco a pouco, começa a aparecer o branco e neste momento, o interior começa a mudar, o exterior também começa a mudar.

III - AGIR PELA NÃO-INTERFERêNCIA

Não exaltes os homens eminentes.
Para que não surja rivalidade entre o povo.
Não exibas os tesouros raros,
Para que o povo não os ambicione.
Não despertes as cobiças,
Para que as almas não sejam profanadas.
O governo do sábio não desperta paixões,
Mas procura manter o povo na sobriedade,
E dá-lhe cultura do coração.
O sábio governa pelo não-agir.
E tudo permanece em ordem.

II - SíNTESE DAS ANTíTESES

Só temos consciência do belo,
Quando conhecemos o feio.
Só temos consciência do bom,
Quando conhecemos o mau.
Porquanto, o Ser e o Existir,
Se engendram mutuamente.
O fácil e o difícil se completam.
O grande e o pequeno são complementares.
O alto e o baixo forma a harmonia.
O passado e o futuro geram o tempo.
Eis porque o sábio age
Pelo não-agir.
E ensina sem falar.
Aceita tudo que lhe acontece.
Produz tudo e não fica com nada.
O sábio tudo opera - e nada considera seu.
Tudo faz - e não se apega à sua obra.
Não se prende aos frutos da sua atividade.
Termina a sua obra,
E está sempre no princípio.
E por isto a sua obra prospera.

I - UNIDADE NA DIVERSIDADE

O Insondável (Tao) que se pode sondar
Não é o verdadeiro Insondável.
O Inconcebível.
No Inominável está a origem do Universo.
O que é Nominável constitue a mãe de todos os seres.
O Ser indigita a Fonte Incognoscível.
O Existir nos leva pelos canais cognoscíveis.
Ser e Existir são a Realidade total.
A diferença entre o Ser e Existir,
É apenas de nomes.
Misterioso é o fundo
Da sua unidade.
Eis em que consiste a sabedoria suprema.

A bipolaridade complementar do Cosmos, que permeia toda a filosofia de Lao-Tzi, é maravilhosamente simbolizado pelo antiquíssimo diagrama chinês chamado Tei-gi. Analisando a gênese deste símbolo, podemos dizer: o  círculo incolor e vácuo representa a TESE do Absoluto, a Divindade, o puro Ser.
Este círculo incolor e indefinido do Absoluto, envolve rumo aos Relativos do Devir, aparecendo como positivo e negativo, yang e yin, masculino e feminino, céu e terra, o simples Ser se tornou o Creador, iniciando o drama da evolução. Estas duas antítese Antíteses amadurecem na Síntese, rumo à Tese inicial, integrando-se nela sem se diluir na mesma - de maneira que a Tese Cósmica, passando pelas Antíteses Telúricas, culmina na Síntese Cosmificada. E o que se dá automaticamente no Cosmo Sideral, pode acontecer espontaneamente no Cosmo Hominal, pelo poder creador do livre arbítrio humano.


O tei-gi simboliza a quintaessência da filosofia de Lao-Tzi, o alfa e ômega de Tao e da mentalidade chinesa.

Meditação Taoísta

O Caminho espiritual taoísta tem como objetivo despertar gradualmente o sagrado que existe no homem e uní-lo com o sagrado do Céu. Assim, ambos passam a se sintonizar e caminhar de forma simultânea. Isto se dá através de práticas que buscam a contínua expansão da consciência. Com isso, o taoísta penetra em dimensões espirituais cada vez mais sutis e se aproxima do nível mais expandido da sua consciência: a iluminação. Para chegar e esse nível, um taoísta dispõe de três grupos de ferramentas: os métodos da meditação taoísta, as práticas ritualísticas e as artes taoístas.

Como instrumento de realização espiritual e como ferramenta para alcançar a iluminação, o método de meditação adotado pela Sociedade Taoísta é o Xin Zhai Fa - Método de Purificação do Coração - que se apóia na quietude e no silêncio. Para praticá-lo, é necessário sentar-se em quietude, buscar o silêncio interior e unir a mente a respiração. É preciso cessar todos os movimentos e ruídos produzidos pelo corpo físico até o praticante ficar completamente envolvido, internamente, pelo estado de paz interior, onde não existem movimentos ou ruídos. Mas para encontrar o silêncio, é preciso antes iniciar um processo de relaxamento do corpo e da mente e um esquecimento sistemático dos ruídos externos, dos ruídos do corpo, das palavras, dos diálogos interiores e, por fim, do ego.
O trabalho disciplinado, a meditação diária, levará a constante expansão da consciência até o alcance da plena realização espiritual. Sentar-se no silêncio e buscar a quietude interior até esquecer-se de todas as existências é como levar o corpo e a mente a experimentarem um período de profundo descanso, que tem como efeito a reposição da energia, a iluminação da mente e o fortalecimento do corpo físico.

O efeito imediato de uma sessão de meditação bem feita é o descanso mental. No final de um dia exaustivo, ou depois de uma fase de grandes dificuldades, é comum recobrar energia através do descanso, recolhimento provisório e sono. Quem assim procede ressurge revigorado. É com esta analogia que os mestres taoístas explicam os benefícios proporcionados pela meditação.

Contudo, para o Taoísmo, os benefícios terapêuticos não são os únicos objetivos desta prática. Além da recuperação física, energética e mental, a meditação se constitui em uma ferramenta fundamental do Caminho espiritual taoísta, sendo assim encarada por seus seguidores. Sua prática não só livra uma pessoa do cansaço crônico e ansiedade, melhora a saúde física (especialmente a respiração), energética e mental, como também leva à iluminação. A meditação taoísta é essencialmente um recurso espiritual e seus efeitos terapêuticos são acessórios, benefícios secundários. Sentar na quietude é utilizar a ferramenta que poderá levar o praticante ao encontro do Tao, o Absoluto.

Meditação na Sociedade Taoísta

“Não há clandestinos no caminho espiritual.”

Mestre Maa Ho Yang

Muito se ouve atualmente sobre os inúmeros benefícios que a meditação pode propiciar aos seus praticantes. Além de ser incentivada pelas antigas tradições orientais, passou a ser pesquisada cientificamente e indicada por médicos e terapeutas para o cultivo da boa saúde física, mental e emocional.

Dentro do Taoísmo, esta também é uma das técnicas mais reverenciadas pelos antigos mestres, sendo considerada um veículo sublime no caminho de transformação espiritual. E o melhor disto tudo é que qualquer pessoa pode desfrutar dos benefícios que a meditação propicia. Só é preciso praticar!

Os melhores e mais profundos resultados da meditação acontecem quando ela é praticada regularmente, ainda que por um tempo mais curto. Meditar vinte minutos todos os dias é melhor do que meditar durante duas horas somente uma vez por semana. Claro que os resultados de se meditar vinte minutos não são os mesmos de se meditar por uma hora ininterrupta. Meditação de vinte minutos propicia resultado de vinte minutos. Meditação de uma hora traz benefício de uma hora. Ainda assim, o que mais propicia consistência nos resultados é a regularidade da prática.

Com o intuito de propiciar aos interessados e praticantes oportunidades de aprendizado e desenvolvimento no caminho da meditação, a Sociedade Taoísta oferece aulas, cursos e treinamentos de meditação.

Nascimento de Lao-Tzi

Em calma contemplação permanecia Li-Fu-Tai senta á frente de sua cabana. O céu, profundamente azul, distendia-se acima deste, sem que lá dirigisse o olhar. Extensos e ondulantes arrozais cercavam-no. Li-Fu-Tai não lhes deva atenção. Recolhera-se completamente em si mesmo. Sua alma saudava almas de outras planícies. Um peque cão amarelo aproximara-se aos pulos, procurando captar a atenção do homem. Todo seu pular engraçado, seus latidos alegres, foram em vão. A alma do homem não se encontrava em seu corpo. O animal, com os pontiagudos dentinhos brancos, abocanhou a vestimenta azul de Li-Fu-Tai e sacudia-a. Quando este gesto também se mostrou inútil. O cãozinho voltou correndo à cabana. Desta saiu então uma mulher que foi na direção do Homem. Ao chegar perto dele, vendo-lhe a expressão ausente, ela silenciosamente ergue do chão as vasilhas de água e afastou-se, levando-as consigo. Tranqüilidade completa existia agora ao redor do sonhador. Á distância, como que navegando, uma branca nuvem de singular formato vinha se aproximando. Estava cada vez mais próxima e seus contornos, esboçando-se melhor, tomaram a figura de um gigantesco dragão. Logo que se acercou de Li-Fu-Tai, ela deu a impressão de querer pousar. Então, a cintilante cabeça da nuvem dragão ergueu-se, destacando-se do azul do céu, e uma voz troou igual ao bramido do vento, ora forte, ora branda:



"Li-Fu-Tai, escuta! Sou um enviado de Schang-Ti e quero falar contigo. Regressa dos jardins das almas!"


O corpo do homem continuou imóvel, a alma, no entanto obedeceu ao chamado e ficou à espera do que o mensageiro de Shang-Ti tinha a lhe dizer. Este começou novamente:
"Alma humana escuta! Por amor a teu povo meditas dia e noite sobre um modo de destruir o poderio dos demônios. Mas, bem sabes que tua força é insuficiente. Tampouco estás prepara para acolher em ti os pensamentos do Céu e transmiti-los àqueles que, necessitados dos mesmos, os imploram a Shang-Ti. Sabe, no entanto: Nas alturas, em um dos jardins mais elevados, uma alma há tempos vem sendo preparada. Ela pode acolher em si a mais sublime sabedoria e recebeu. A capacidade de colher forças da Luz sempre que for necessário. Esta alma está destinada a ser o guia de teu povo e tu foste escolhido por Shang-Ti para lhe formares o lar terreno. Essa é a recompensa que recebes pela tua lealdade para com Shang-Ti e para com teu povo. Dize, Li-Fu-Tai queres hospedar essa alma e por ela zelar, como requer uma dádiva dos deuses?"
A alma de Li-Fu-Tai prostrou-se ao solo e, orando, tocou com a fronte por três vezes a mãe terra. Neste instante tinha plena consciência do que lhe ocorrera e uma profunda veneração apossou-se de seu ser. Entrementes, a nuvem dragão sumira. Em contínuo azul, o céu sorria para o homem assim agraciado. A esposa retornava da fonte. Ele foi ao seu encontro, tomou a si as vasilhas cheias e levou-as para dentro da cabana. Não cogitou nenhum momento em deixá-la partilhar do vivenciado. Haveria tempo de sobra para lhe contar, quando a alma sagrada estivesse encarnada. Havia já cinco anos que viviam juntos sem que os deuses agraciassem a união. Agora Li-Fu-Tai sabia a causa. Agora Li-Fu-Tai sabia a causa. Essa criança deveria crescer num ambiente tranqüilo, aparta dos demais. Li-Fu-Tai, porém, deveria começar a preparar-se, deveria diariamente aprofundar-se nas Escrituras Sagradas, que continham a doutrina dos deuses e em especial a de Shang-Ti, o mais elevado dos deuses. Precisava, cada vez mais conscientemente, enviar sua alma aos jardins da Luz; precisava familiarizar-se com aqueles paramos para poder tornar-se bom guia à alma que se aproximava. Também pelos bens terrenos deveria zelar melhor, para que nada fosse faltar ao anunciado. Wu-LI, sua mulher, nos meses subseqüentes, admirou-se, não poucas vezes, da atividade contínua do marido. Mas julgava-a acertada. Pressentia a nova missão que lhe cabia e plena de alegria preparava-se para a mesma. Medrosamente seguia todos os conselhos que as mulheres experientes lhe davam. Após pôr-do-sol não podia arriscar um passo fora da cabana, para que os demônios não pudessem acerca-se dela, assustando-a. Necessitava colher ervas de diferentes espécies e trazê-las sempre consigo, atraindo assim os bons espíritos.


Pois a atmosfera inteira estava repleta de espíritos os mais diversos e nunca se podia cuidar o suficiente para não atrair malefícios para si ou para a criança. E como a pessoa devia cuidar-se em não sentir inveja ou ódio para que a alma anunciada não fosse talvez obrigada a encarnar-se no corpo de alguma anunciada não fosse talvez obrigada a encarnar-se no corpo de alguma raposa. Das vizinhas, cada qual sabia um conselho diferente. Wu-Li observava todos, cuidadosamente, até que um belo dia notou que muitos dos conselhos se contradiziam. A quem deveria seguir? Falar a respeito com o marido, nem lhe ocorreu. Ele, possivelmente, como a maioria dos homens, pensava que faltava inteligência às mulheres, de maneira que era impossível com ela dialogar seriamente. Ela não queria expor-se de antemão a uma recusa. Era estranho; através do vulto, Wu-Li, parecia avistar os troncos das palmeiras. Seria um mensageiro celeste? Um demônio não podia ser. Mas bem que haviam contado a Wu-Li que os demônios às vezes tomavam belas fôrmas; esta mulher, porém, faltava à alma de Wu-Li, que tranqüilamente entregou-se ao benfazejo sentimento que a aparição lhe despertava. Ao Raiar do dia, a vizinha mias próxima veio e pediu lume, já que o seu apagara-se durante a noite, Wu-Li assustou-se. Onde o fogo se extingue a vida familiar não vai bem. De qualquer maneira, não queria que visitante entrasse em sua casa. Pediu-lhe que esperasse no jardim. Era desse precisamente o desejo da vizinha. Ela percorreu as touceiras, observando as flores. Quando Wu-Li voltou da cabana com as brasas, a mulher não manifestou pressa de levá-las a seu próprio lar.

-Possui magníficas flores, Wu-Li a começou, bajulando. Possivelmente nenhuma mulher em toda a redondeza pode gabar-se de possuir tais maravilhas. Que fazes com as flores que cortas diariamente?

-Levo-as à cabana e alegro-me com elas, veio rápida a resposta.

Wu-Li ficou sem saber o que responder. A vizinha fez menção de colher uma haste com três belíssimas flores brancas, coniformes. Antes que ela pudesse efetuar o gesto, o cãozinho, que passara despercebido, avançou. Rosnou hostilmente para a vizinha, a quem, nesta conjuntura, pareceu grande e perigoso. Dando um grito, ,ela largou a haste e com as brasas quase consumidas foi embora. Wu-Li acariciou o animal, feliz por estar livre da curiosa. Mas tão cedo não encontraria sossego. Decorrido pouco tempo, outra mulher dos arredores apareceu e contou seu desejo de efetuar uma promessa no templo de Kwang-Non, muitas milhas distante. Era sua intenção ofertar frutas,, arroz e flores. Queria que Wu-Li lhe desse alguns dos belos cálices brancos. Exatamente aqueles que ela cultivava para o altar.

-Shang-Ti, implorou ela intimamente, mandaste solicitar tua ajuda quando dela necessitasse. Não permitias que levassem as flores a ti destinadas!

Mal terminada a prece, Wu-Li avistou a Medianeira Luminosa e desta repetiu então as palavras:

-Quem deseja levar oferenda à deusa, deve fazê-lo com flores cultivadas por suas próprias mãos. Que te adiantaria ofertar estes maravilhosos cones bracos? A deusa saberia que pro
-Quem deseja levar oferenda à deusa,, deve fazê-lo com flores cultivadas por suas próprias mãos. Que te adiantaria ofertar estes maravilhosos cones brancos? A deusa saberia que procedem do jardim de Wu-Li.
-Têm razão, não se devem ofertar flores alheias.
Com estas palavras a vizinha despediu-se. A Medianeira já havia desaparecido.



Wu-Li apanhou as almejadas flores brancas e, orando, levou-as ao altar da casa. Ali se prostrou, agradecendo a Schang-Ti o auxílio. Depois sentou-se e pôs-se a fazer seu trabalho de agulha. Prometera a Kwang-Non um pano bordado para cobertura do turíbulo, em agradecimento pela dádiva que recebia naquela alma pura que lhe confiavam. Com cuidado e vagar e escolhia os fios e jeitosamente passa-os pelo tecido. Antess de seguir Li-Fu-Tai como esposa, Wu-Li usufruirá de educação esmerada. Junto aos templos dos principais deuses, habitavam senhoras inteligentes e prestimosas que dedicavam suas vidas à instrução e ao auxílio ao próximo. Assim, foi a criança entre às boas mulheres e cresceu sob os cuidados delas em meio a muitas outras meninas. O regime era severo, porém muito aprendiam. Algumas eram educadas para servir-nos diferentes templos das deusas, dos quais existiam inúmeros. Wu-Li tentou lembrar-se dos nomes todos, porém , sorrindo, desistiu. Mesmo outrora mal soubera o nome das deusas e o motivo de serem adoradas. Seria isso um erro? Severas repressões haviam recebido das boas mulheres, e muitas lágrimas haviam rolado por esse motivo. Não parecia, contudo, terem os deuses lhe guardado rancor, pois lhe davam a alma para cuidar. Como ela se alegrava pela criancinha!


Baixinho começou a dialogar com a alma infantil e parecia que o nascituro lhe dava resposta.


"Deves olvidar que venho dos jardim sagrados, tu que desejas ser minha mãe. Deves ensinar-me e orientar-me como se eu fosse uma criança comum. Do contrário, não poderei cumprir minha missão."

"Alma, qual missão te aguarda?"
"Devo combater os demônios e exterminá-los, preparando assim o caminho para que os Espíritos Luminosos possam chegar às almas humanas."
"Será então um guerreiro neste mundo?" perguntou ela com um leve suspiro.
"Não combaterei com as armas terrenas. Os maus espíritos devem ser vencidos espiritualmente."
"posso auxiliar-te, ó alma que te aproximas? Dize que posso fazer por ti?"
"cria ao meu redor paz e harmonia desde o meu primeiro suspiro e permanece na verdade como estás agora; assim ajudarás a preparar o solo no qual me desenvolverei. Ajudarás ainda a forjar as armas de que necessito para a luta."
"Alma, quem te envia?"
"Sou enviado de Um que está tanto mais acima de Schang-Ti, quanto este se encontra acima de vós, humanos. Podeis imaginar isto? Schang-Ti é somente um dos Seus servos. Ele é Sublime e Poderoso, Sábio e Justo."
Estremecendo de veneração, a mulher escutava-o. Quis dizer algo, mas a voz lhe faltou. Finalmente lhe foi possível perguntar:
"Como se chama Aquele, de quem falas?

Ela não recebeu resposta.
 
Durante bastante tempo ela permaneceu sentada, perdida em profundo meditar. Depois se dirigiu ao altar, mas na oração não procurou por Schang-Ti, e sim pelo Sublime que paira sobre tudo o mais. E algo completamente novo a per fluiu, um sentimento de bem-aventurança e de renovada força,, como nunca antes conhecera. A partir daquele dia, elevava suas preces somente ao Sublime; entretanto, não lhe era possível comunicar isso a Li-Fu-Tai. Um profundo acanhamento perante a santidade daquilo que a alma lhe comunicara selava-lhe os lábios.

Os dias passaram num ritmo sossegado até a hora em que a idosa vizinha colocou-lhe o recém nascido nos braços. Era um menino de compleição delicada e pele muito clara. A velha indicou estas particularidades ao sacerdote que viera abençoar o menino e este, por sua vez, interrogou Li-Fu-Tai a respeito. O orgulhoso pai que envidava os maiores esforços para parecer indiferente, não o conseguindo, porém de todo, tinha muito a contar.

-Repara em mim, digno pai dos templos,, disse ele. Também a tonalidade de minha pele é mais clara do que a dos meus vizinhos. A ação do tempo tornou a diferença menor, mas nos dias dos banhos sagrados torna-se esta bem visível. Isto advém de meus antepassados não terem sido desta região; eles emigraram para cá, cruzando altas montanhas.


Sabes de qual país vieram? Quis saber o sacerdote.

-Chamavam-no de Tarim e a lenda conta ser aquela terra completamente diversa desta aqui. Outras plantas lá cresciam e havia também outros animais.
-E qual a razão que levou teus ancestrais a abandonarem a tão peculiar país? indagou irônico o sacerdote.
Inclusive isso Li-Fu-Tai soube responder.
-De pai para filho transmitido a história do remoto acontecimento. O antepassado que emigrou em companhia dos filhos fez-lo a mando de um dos deuses.
O sacerdote interrompeu:
- Qual será o deus que lhe deu a ordem?
- Não sei, respondeu Li-Fu-Tai um pouco hesitante. O nome que nos foi transmitido não tem relação com nenhuma das nossas deidades, contudo eram ancestrais homens de fé.
-Qual era o nome? Insistiu o ouvinte.
-Soava como Jahwa, retrucou Li-Fu-Tai.
-Jahwa, Jahwa? Refletiu o sacerdote. Tem razão, ao corresponder ao nome de qualquer deus nosso conhecido. Provavelmente o nome ficou truncado na tradição oral. Deve ter sido assim! Relata adiante!
-A ordem recebida por meu antepassado Li-Pe-Yang foi mais ou menos a seguinte: "Dirige-te ao sul, por sobre as altas montanhas. Não receies qualquer perigo. De animais selvagens e de intransitáveis abismos estarás protegido, pois segues a vontade de Deus.

A voz comunicou-lhe que desta parte do reino do Meio deverá emanar um dia uma luz que iluminará todo o país, uma luz cujo esplendor colocará os demônios em fuga.            
Após cruzares as montanhas, segue avante para o sul, mas altera um pouco o rumo para o nascente do sol. Chegarás a uma terra fértil onde os homens usam boinas pretas com botões vermelhos. Repara bem por ali. Uma grande epidemia tornou terras e propriedades despovoadas. Caso encontres algo que te agrade, vai ao sacerdote e solicita-lhe a posse. “Dize-lhe que eu te envio e ele fará conforme tua vontade.”
-Uma tradição bem estranha, falou o sacerdote, admirado. Suaves também qual a causa que inspirou teu antepassado a chegar a nossa terra?
-Também isso nos foi transmitido, asseverou o perguntado.
-E para que seus descendentes pudessem partilhar dessa luz,, o teu ancestral empreendeu a penosa viagem? Ponderou o sacerdote. Deveras, tal desprendimento mercê receber de vossa parte honras especiais. Vejo que erigistes um belo altar. Continuai com as oferendas, pois isso trará à criancinha as bênçãos dos ancestrais. Cheio de dignidade o sacerdote retirou-se. Na alma de Li-Fu-Tai, porém, surgira algo novo. Poderia presumir ser esta criança a escolhida para trazer a luz? Tudo assim indicava! Certamente era assim! A criança deveria então chamar-se Pe-Yang! E agora fora abençoada pelo sacerdote com o nome de Li-Erl. Parecera-lhes belo e adequado. Enfim, a criança teria de usá-lo agora, até que mais tarde seus atos justificassem uma mudança de nome.

Com infinita cautela, Li-Fu-Tai aproximou-se do leito da mulher, que felicíssima contemplava o pequeno Li-Erl. Era ele verdadeiramente uma criança encantadora. A mão suave de Wu-Li afastara os amuletos e as ervas com as quais as vizinhas havia literalmente coberto o recém-nascido, a protege-lô dos demônios e dos feitiços.

-Tu estás protegido, meus pequenos guerreiros do Sublime murmuraram seus lábios e a ela pareceu que a crianças sorria.


Editora ORDEM DO GRAAL NA TERRA